Como no inverno só apetece dormir, apresentamos esta novidade – musgo almofada.
Não, não é um musgo que poderá servir de almofada (e que poderia ter dado jeito no Natal), nem mesmo de enchimento para almofadas (outrora um dos usos de alguma espécies de musgos). Mas não se desiluda, pois tem o seu encanto, como certamente poderá apreciar pela foto e pela descrição que se segue. Afinal, é um musgo em forma de almofada que não foi criada pelo Homem. Não desista, leia até ao fim!
Grimmia pulvinata é a espécie mais comum do género Grimmia, o qual pode ser encontrado em todo o mundo (exceto no Ártico e na Antártica) e inclui cerca de 100 espécies.
As espécies pertencentes a este género geralmente formam tufos, de caules eretos com 1 a 3 cm de altura, em forma de almofada, em substrato rochoso exposto. Nas montanhas, a elevadas altitudes, algumas espécies deste género conseguem mesmo resistir a condições ambientais bastante adversas, tolerando longos períodos de dessecação e de frio. Esta forma em almofada é bastante útil, pois ajuda o musgo a manter a humidade por muito mais tempo devido à proximidade dos caules.
Para além da sua forma peculiar, esta espécie é facilmente reconhecida pelos longos pêlos hialinos no ápice das pequenas folhas (filídeos), que podem ser vistos facilmente a olho nu e que dão a cor verde acinzentada característica destes pequenos tufos. É também uma espécie que está quase sempre fértil, apresentando bastantes esporófitos (com cápsulas suportadas por hastes longas - sedas - em forma de gancho).
Em estado inicial de desenvolvimento, as sedas são tão curvas que as cápsulas estão muitas vezes escondidas entre as folhas do musgo; no entanto, quando estão totalmente desenvolvidas, as sedas tornam-se mais retas e suportam cápsulas de cor acastanhada, com opérculo longo e caliptra em forma de capuz.
Como tolera poluição moderada, é uma espécie característica de zonas urbanas, crescendo em paredes, argamassa e telhados. É, de facto, uma espécie pioneira em vários substratos, como pedras tumulares e edifícios antigos, daí já ter sido alvo de análise em estudos de deterioração de rocha, como por exemplo nas áreas arqueológicas de Roma. Fora de zonas urbanas é bastante frequente em rochas expostas, sobretudo de natureza básica, podendo ocorrer ocasionalmente em troncos de árvores.
No Parque Biológico pode ser facilmente encontrada em muros de granito expostos. Vá até ao Parque Biológico e procure estas minialmofadas!
E neste tempo frio aproveite para acariciá-las, vai ver que irão surpreendê-lo – os mais pequenos irão adorar! E se chuviscar, não faz mal, pois talvez consiga observar pequenas gotas que fi carão como que suspensas nestes tufos tão característicos!
Como vê, há sempre boas razões para sair de casa, mesmo no inverno - há que estar atento! Bom passeio!
Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira. (CIBIO-UP). Foto: Helena Hespanhol.
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 38.
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