Este musgo forma tufos extensos amarelados ou verde-dourados, com brilho metálico quando secos. Os filídeos (pequenas folhas) do caule têm cerca de 2 mm de comprimento, com a forma de ovo ou triângulo e base em forma de coração.
Os filídeos dos ramos são mais pequenos, mais estreitos, terminando em forma de ponta de lança triangular.
Os caulóides (pequenos caules) podem ser bastante longos e alguns chegam aos 10 centímetros. Como cresce em superfícies inclinadas ou verticais, com os caulóides e ramos curvados para baixo, tem uma forma de crescimento muito distinta, semelhante a uma pequena árvore invertida – daí que o nome comum seja musgo-árvore.
É um musgo nativo da Europa Ocidental, bem como da América do Norte Ocidental e Oriental, ocorrendo desde o nível do mar até elevações médias.
Em Portugal, é abundante nas áreas ocidentais, especialmente em florestas de carvalho (Quercus spp.) e outras árvores nativas da flora portuguesa.
No Parque Biológico, é possível observar esta espécie a crescer em diferentes tipos de substrato, perto do solo, ou sobre a base do tronco das árvores autóctones, especialmente do género Quercus (carvalhos). Surge também sobre pedras de granito ou xisto e em muros, em áreas florestadas ou sombreadas.
À escala do tamanho dos musgos, esta espécie forma verdadeiras miniflorestas, revestindo superfícies inorgânicas (como a rocha) ou aparentemente mortas (como raízes expostas e bases de troncos de árvores). Por ser uma espécie que cresce ao longo de vários anos, tem sido usada como bioindicador da deposição de nitrogénio e de metais pesados nos carvalhais um pouco por todo o mundo.
Os ramos e caules do Isothecium myosuroides albergam também muitas comunidades de organismos minúsculos como algas, fungos e muitos animais de pequenas dimensões, onde germinarão também sementes de outras plantas. Estes tufos funcionam, assim, como um berçário de vida, protegendo várias comunidades interdependentes e vivas, escondidas à “sombra” de um musgo.
Texto: Cristiana Vieira (MHNC-UP) e Helena Hespanhol (CIBIO-InBIO). Foto: Cristiana Vieira (MHNC-UP).
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 59.
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