Plantas pequenas e eretas, com caules até 3 cm de altura, formando tufos verde-avermelhados.
Este musgo identifica-se facilmente, dado que apresenta os filídios (pequenas folhas) torcidos e fortemente enrolados em espiral à volta dos caules, quando secos - daí o seu nome comum musgo torcido. Porém, em estado húmido, esta planta perde o aspeto típico e os filídios desenrolam e ficam abertos em ângulo quase reto, assemelhando-se a pequenas rosetas. Com o auxílio de uma lupa, é possível observar que os filídios têm uma forma oblonga a espatulada, com uma nervura forte, terminando numa ponta longa e estreita. É também uma espécie bastante polimórfica, apresentando formas intermédias consoante as condições ambientais particulares.
Esta espécie produz frequentemente esporófitos, com cápsulas cilíndricas e longas, pendentes, avermelhadas a castanhas quando maduras. Estas características das cápsulas são típicas do género Bryum, atualmente dividido em três géneros separados e que integra um grande número de espécies. Foi recentemente demonstrado que amostras desta espécie podem ser fonte de compostos com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anticancerígenas.
É um musgo com uma distribuição cosmopolita, bastante vulgar em todo o país, presente em ambientes com alguma intervenção humana, como taludes terrosos e rochosos, fissuras de rochas, paredes ou até mesmo troncos de árvores. No Parque Biológico de Gaia, é possível observar este musgo em fissuras de muros.
Esta característica típica desta espécie de se enrolar e desenrolar sobre si própria para se proteger da radiação solar e da desidratação é uma das várias que os musgos encontraram para se adaptar ao clima que varia ao longo das semanas de um ano, ou mesmo, às variações no mesmo dia. Mesmo que as mudanças sejam súbitas, as suas células desidratam e o musgo enrola-se e torce-se, qual contorcionista exímio, protegendo as suas células.
Com uns olhos mais atentos e com uma simples lupa, descubra este musgo, sempre bem torcidinho nos dias mais quentes.
Texto: Cristiana Vieira (MHNC-UP) e Helena Hespanhol (CIBIO-InBIO). Foto: Cristiana Vieira (MHNC-UP).
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 60.
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