Musgo pleurocárpico (cresce prostrado), irregularmente ramificado, muito variável nas dimensões. Forma tufos extensos, de cor verde, verde-amarelada ou acastanhada.
Os filídios (pequenas folhas) dos ramos são semelhantes aos fi lídios do caulóide (análogo a um caule) e têm uma forma ovado-lanceolada, com um ápice muito delgado e curvado.
Para além disso, os filídios são côncavos e imbricados, ou seja, estão muito juntos e geralmente sobrepostos ao longo do caule, o qual se assemelha a uma pequena trança.
Apresenta cápsulas com alguma frequência; são normalmente cilíndricas, inclinadas e com opérculo curto. É uma espécie muito variável no seu aspeto (polimorfa), sendo aceites cerca de 5 variedades desta espécie na Península Ibérica.
É a espécie mais comum do género Hypnum que se distingue facilmente pelos fi lídios que fazem lembrar pequenas foices, uma vez que são todos curvados em direção ao solo.
É um dos musgos mais abundantes em vários tipos de substrato. Coloniza referencialmente troncos, mas também rochas e solo, em locais geralmente sombrios, sobretudo em bosques.
É uma espécie bastante cosmopolita que está distribuída por todo o mundo. Em Portugal, é bastante vulgar de norte a sul de Portugal. No Parque Biológico de Gaia é possível encontrá-la em troncos de árvores e taludes húmidos.
Neste tipo de ambientes, funciona como habitat e refúgio para muitos invertebrados e desempenha um papel importante como micro-estufa onde germinam sementes de plantas vasculares.
Atualmente, compostos obtidos a partir desta espécie têm sido estudados e testados como biopesticidas. Por outro lado, é uma espécie moderadamente sensível à poluição atmosférica e tem sido bastante utilizada como bioindicador da deposição de metais pesados, quer a nível internacional, quer nacional.
O nome Hypnum deriva da palavra grega “Hypnos” que significa sono. Devido à suposição antiga de que induziria sono, tufos desta espécie foram muitas vezes colhidos para encher almofadas e colchões. Porém, muitas dúvidas subsistem relativamente à veracidade desta explicação para a origem do nome.
Recentemente, esta espécie, tal como tantas outras de musgo, enfrenta uma ameaça preocupante: é das espécies mais utilizadas para decoração de presépios. Sabia que o crescimento desta planta é tão lento que pode demorar vários anos até que cresça no mesmo local de onde foi removida? Já agora, vale a pena pensar nisto.
Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira. (CIBIO-UP). Foto: Cristiana Vieira.
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 42.
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