Ainda a primavera está para chegar, e já as árvores de fruto começam a dar um ar de sua graça.
Caídas as folhas no fim do ano anterior, previnem danos irreversíveis nas células. Copiam as árvores selvagens, de onde provêm. Entre estas, algumas espécies até se dão ao luxo de absorver os nutrientes das folhas antes que elas caiam no solo. Renovam recursos, criam terra.
Agora, aí estão elas, com pressa, vistosas como nunca, em vagas sucessivas.
O que não se consegue ignorar é que a pressa de florir é poderosa. O esforço é tão expressivo que os ramos de madeira nua se cobrem de corolas de cores vistosas.
Sob a égide da genética, do clima e do solo, as folhas verdes escondem-se e preparam-se, subalternas, para aparecer, assim que a floração se revela em plenitude.
Só depois das flores fenecerem, pétala a pétala, uma vez polinizadas por insetos e pelo vento, é que se dá a corrida verde para a luz, na superfície alargada das folhas. Por fim, chegou a altura de acelerar o metabolismo em alta rotação. O fruto e as sementes, grandes objetivos da árvore, são ainda sonhos bem guardados.