Este musgo acrocárpico, de crescimento ereto, forma tufos arredondados, de cor verde amarelada, até 2cm de altura. Estas plantas apresentam pequenas folhas, os filídeos, com forma lanceolada, irregularmente encaracolados em estado seco.
O nome do género (Dicranoweisia) combina dois géneros de musgo, Dicranum e Weissia, dado que apresenta caracteres em comum com estes géneros. As cápsulas, estruturas onde se desenvolvem os esporos, são bastante frequentes, assemelhando-se a pequenos alfinetes, daí o seu nome comum – musgo dos alfinetes. As cápsulas são direitas, cilíndricas e um pouco descoradas, já numa fase mais avançada em que os esporos estão maduros e prontos para serem libertados. Também pode reproduzir-se vegetativamente através de gemas que se desenvolvem na base dos filídeos, detetáveis apenas ao microscópio.
É uma espécie comum em toda a Europa e muito vulgar no nosso País, sendo considerada sub-oceânica. Coloniza quase exclusivamente troncos, nas zonas que se mantêm mais húmidas e também na base de velhos troncos. No Parque Biológico, é possível observar esta espécie em troncos de diferentes espécies de árvores. É um musgo que se encontra frequentemente em núcleos urbanos, sendo moderadamente sensível à poluição atmosférica. Particularmente, a presença deste musgo indica uma certa eutrofização do substrato, enriquecido em nutrientes, especialmente compostos de azoto.
Durante o inverno, é possível observar as cápsulas de cor verde, ainda jovens ou imaturas, dado que os esporos ainda não estão prontos para serem libertados. Alguns estudos revelam que o chapim-azul parece consumir cápsulas imaturas desta espécie em particular, ignorando as cápsulas de todas as outras espécies. Apesar dos musgos não serem de uma forma geral comestíveis, dado o seu baixo valor nutricional, pelo contrário, as cápsulas, na fase jovem, contêm mais nutrientes. Como sempre, onde há regra, há exceção e, o que para muitos não é comestível, pode ser uma iguaria para outros, nem que seja sazonalmente…
Texto: Helena Hespanhol (CIBIO/INBIO-UP) e Cristiana Vieira (MHNC-UP). Foto: Sónia Ferreira (CIBIO/INBIO-UP).
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 62.
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