Musgo-almofada-de-alfinetes

Musgo almofada-de-alfinetes Ulota crispa (Hedw.) Brid.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    É um musgo facilmente identificável pelos tufos pequenos de cor verde-amarelada, densos e arredondados em forma de almofada. Os filídeos (folhas pequenas) têm forma lanceolada e são crispados em estado seco e distendidos quando humedecidos.


    Desenvolve frequentemente cápsulas, nas quais se formam os esporos, protegidas enquanto jovens por estruturas com inúmeros pêlos muito característicos designadas de caliptras. Devido ao aspeto que tomam os tufos quando apresentam muitas cápsulas foi atribuído à espécie o nome comum “musgo almofada-de-alfinetes”. E aqui fica o aviso: apesar de ter este nome comum, estas estruturas não picam, por isso, pode à vontade observar de perto este musgo. Mal as cápsulas se tornam maduras, as caliptras caem e é possível observar a forma das cápsulas. Mesmo não tendo uma lupa, é possível distinguir cápsulas emersas, alongadas e sulcadas que surgem na extremidade de uma haste curta (a seda). Na parte terminal das cápsulas diferencia-se o perístoma, um anel de dentes que auxilia na dispersão dos esporos, recurvo em estado seco.


    Esta espécie é maioritariamente epífita, ou seja, desenvolve-se sobre outras plantas. Em particular, coloniza troncos e ramos de árvores e usa apenas a árvore como suporte para crescer, não prejudicando a própria árvore. Em Portugal é bastante comum e, no Parque Biológico, é possível observar esta espécie em diversos troncos de árvores.


    Muito frequentemente, entre os tufos deste musgo, vivem uns pequenos animais microscópicos, os tardígrados, com aspeto muito peculiar e capazes de sobreviver a condições extremas. E porque escolhem os tardígrados certas espécies de musgos para viver? Estes pequenos animais dependem de água e os musgos, na sua maioria, conseguem armazenar água no interior dos seus tufos, fornecem alimento e permitem uma difusão de oxigénio suficiente para os pequenos animais que os habitam. Outro facto curioso é que, quer os musgos, quer os tardígrados, têm tolerância à desidratação, o que lhes permite sobreviver a condições adversas de secura. É sem dúvida uma associação muito curiosa e resistente aos tempos atuais!

     

    Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira (CIBIO-UP). Foto: Cristiana Vieira.
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 52.

 

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